Já
Paracelso defendia que, antes de aparecerem no espírito humano, as ciências
residem nas coisas em que já existe ciência, ou seja, a ciência confunde-se com
o objecto conhecido e não com o observador. Aprender é, pois, relembrar tudo
aquilo que se sabe, por já existir em cada indivíduo ou, porque se adquire a “ciência inata”, que reside no objecto. Eis uma das suas frases que revelam
essa luminosa ideia:
“Do
mesmo modo que o Sol brilha sobre nós do alto dos céus, assim os talentos
necessários ao exercício de uma arte cujos germes existem no coração humano
devem ser desenvolvidos sob os raios do sol da Divina Sabedoria. Não é nos
livros que encontraremos a sabedoria, nem tão pouco nas coisas exteriores. Não
poderemos encontrá-la senão em nós próprios”.
Paracelso explica que, se a árvore cresce
harmoniosamente e se as folhas se desenvolvem segundo uma simetria perfeita é
porque existe uma ciência no princípio desse crescimento, a ciência da árvore. No mais pequeno fragmento de erva existe uma
ciência perfeita e inata que não poderá ser nunca atingida através do
raciocínio. Elas determinam as leis de todas as coisas: a cor, sabor,
qualidade, quantidade, posição, figura, relação, duração, etc, a própria
essência da natureza. Conhecer os efeitos não é conhecer a causa, a observação
dos efeitos não diz nada sobre o conhecimento da causa, por isso, é necessário
conhecer a ciência escondida. É preciso, diz, retirar as “escórias” pois “as ciências estão escondidas nas coisas e
nada está escondido que não venha a ser manifestado”.
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